sábado, 16 de março de 2024

O ESPORTE, SEUS SENTIDOS E UM MODELO DE CLASSIFICAÇÃO PELA LÓGICA INTERNA

 


O esporte, uma das práticas mais conhecidas da contemporaneidade, por sua grande presença nos meios de comunicação, caracteriza-se por ser orientado pela comparação de um determinado desempenho entre indivíduos ou grupos (adversários), regido por um conjunto de regras formais, institucionalizadas por organizações (associações, federações e confederações esportivas), as quais definem as normas de disputa e promovem o desenvolvimento das modalidades em todos os níveis de competição. 

No entanto, essas características não possuem um único sentido ou somente um significado entre aqueles que o praticam, especialmente quando o esporte é realizado no contexto do lazer, da educação e da saúde. Como toda prática social, o esporte é passível de recriação por quem se envolve com ele.

O esporte pode ser organizado a partir de um modelo de classificação baseado na lógica interna, tendo como referência o critério de interação com os adversários. A partir desse critério, os esportes são distribuídos em dois grandes grupos, sendo um deles marcado pela interação entre as ações dos adversários e o outro pela ausência dessas interações.

No grupo dos esportes SEM interação entre os adversários, o critério de classificação está ligado a diferentes aspectos do movimento que possam ser de alguma forma medidos e comparados. Esse grupo é composto por três categorias:

Esporte de Marca: conjunto de modalidades que se caracterizam por comparar os resultados registrados em segundos, metros ou quilos. 

Precisão: conjunto de modalidades que se caracterizam por arremessar/lançar um objeto, procurando acertar um alvo específico, estático ou em movimento, comparando-se o número de tentativas empreendidas, a pontuação estabelecida em cada tentativa (maior ou menor do que a do adversário) ou a proximidade do objeto arremessado ao alvo (mais perto ou mais longe do que o adversário conseguiu deixar).

Técnico-combinatório: reúne modalidades nas quais a comparação é voltada para a qualidade do movimento segundo padrões técnicos previamente estabelecidos.

O grupo dos esportes COM interação entre os adversários, por sua vez, tem como critério de classificação os princípios táticos da ação, ou seja, o que os atletas e/ou a equipe devem fazer para atingir a meta estabelecida. Esse grupo é composto por quatro categorias:

Rede/quadra dividida ou parede de rebote: reúne modalidades que se caracterizam por arremessar, lançar ou rebater a bola (ou outro implemento) em direção a setores da quadra adversária nos quais o rival seja incapaz de devolvê-la da mesma forma ou que leve o adversário a cometer um erro dentro do período de tempo em que o objeto do jogo está em movimento. 

Campo e taco: categoria que reúne as modalidades que se caracterizam por rebater a bola lançada pelo adversário o mais longe possível, para tentar percorrer o maior número de vezes as bases ou a maior distância possível entre as bases, enquanto os defensores não recuperam o controle da bola, e, assim, somar pontos.

Invasão ou territorial: conjunto de modalidades que se caracterizam por comparar a capacidade de uma equipe introduzir ou levar uma bola (ou outro objeto) a uma meta ou setor da quadra/campo defendido pelos adversários (gol, cesta, touchdown etc.), protegendo, simultaneamente, o próprio alvo, meta ou setor do campo.

Combate: reúne modalidades caracterizadas como disputas nas quais o oponente deve ser subjugado, com técnicas, táticas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço, por meio de combinações de ações de ataque e defesa. 

Fonte: Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF, 2018. p. 215-216. In: Vários auotres. Se liga nas linguagens. São Paulo: Moderna, 2020. p. 34 a 35.

Avaliação e registro:

1. Por que o esporte é uma das práticas mais conhecidas da contemporaneidade?

2. No primeiro parágrafo apresenta as características do Esportes, e essas características sobre o esporte não possuem um único sentido ou somente um significado entre aqueles que o praticam, quais são os contexto as quais o esporte está presente na nossa vida? Qual é o contexto de esporte presente na transmissão da televisão, como o Campeonato Brasileiro de Futebol ou as competições de diferentes modalidades nos Jogos Olímpicos?

3. No segundo parágrafo do texto, indica-se que o esporte pode ser classificado considerando o critério interação com o adversário.

a) No campo esportivo, o que significa “interagir com o adversário”?

b) Em um jogo de tênis de mesa, por exemplo, existe interação entre os adversários? Por que?

b) Em uma prova de natação, existe interação entre os adversários? Por que?

4. Dê exemplos de esportes sem interação e com interação. 

5. Existe outra forma de classificação dos esportes? Qual seria o critério de classificação utilizado? Dê exemplo.


ESPORTE DE REDE/QUADRA DIVIDIDA

 Transformações do voleibol de quadra

Para caracterizar essa categoria de esporte, decidimos abordar o voleibol de quadra, modalidade que constantemente sofre alterações em suas regras e/ou estruturas de jogo.

--> Para vocês, essas fotografias correspondem a um ou mais esportes?

--> Será que o voleibol sempre teve as regras atuais?

--> Por que vocês acham que as regras e o formato do jogo de voleibol mudam constantemente?.

Existem algumas alterações que são próprias da evolução da modalidade esportiva e que outras sofrem influência de interesses mercadológicos.

Vamos ver como foram essas alterações?

O voleibol de quadra surgiu em 1895, nos Estados Unidos, de um jogo denominado mintonette, no qual essencialmente eram utilizados os movimentos do saque por baixo, toque por cima da cabeça e bloqueio. Não havia número exato de jogadores em cada equipe e limite para a quantidade de contatos com a bola antes de direcioná-la à quadra da equipe adversária.

Do mintonette até os dias atuais, o voleibol sofreu diversas alterações em seu formato, que podemos dividir em internas e externas. Consideram-se alterações internas as que fazem parte da própria evolução da modalidade esportiva ao longo dos anos, como a criação de movimentos (cortada, manchete, saque por cima); a definição do número de jogadores em quadra e do limite da quantidade de contatos de uma equipe com a bola; a utilização de membros inferiores em contato com a bola; a introdução do líbero etc.

As demais alterações ocorreram em razão de determinados interesses externos, influenciando, portanto, a estrutura e a dinâmica do jogo. Esses interesses são, principalmente, mercadológicos, e grande parte deles está relacionada com a mídia televisiva. Por isso, houve alteração no sistema de pontuação (da vantagem para o ponto direto), a introdução do tempo técnico no 8º e no 16º ponto atingido por uma das equipes em cada set, a modificação na cor da bola (de branca para colorida).

Outra mudança no voleibol foi a introdução do challenge (desafio), uma regra utilizada na maioria das competições internacionais e nas fases finais da Superliga Nacional cujo propósito é possibilitar que as equipes solicitem a revisão de marcações da arbitragem por meio de consulta a um monitor de vídeo.

O voleibol em diferentes períodos da história:

1º período: Mintonette

Quantidade indeterminada de jogadores por equipe; podem ser utilizados os movimentos do saque por baixo, toque por cima e bloqueio; é preciso colocar um dos pés em cima da linha de fundo no momento da execução do saque; possibilidade do segundo saque de cada jogador, caso ocorra o erro no primeiro saque; se a bola não passar por cima da rede após o movimento do saque, outro jogador da mesma equipe pode realizar o movimento do toque por cima para que ela passe pela rede; permissão para o jogador efetuar dois contatos seguidos com a bola antes de enviá-la por  cima da rede; se a bola ou o jogador tocar na rede em qualquer momento do rally, para-se a jogada; é permitido o bloqueio do saque; quantidade indeterminada de contatos com a bola de uma equipe antes de direcioná-la para o outro lado da quadra. A pontuação do set é até nove pontos, com a utilização da vantagem (o ponto só é concretizado se a equipe estiver com a vantagem – direito ao saque); a bola, ao tocar nas linhas que delimitam o espaço da quadra, é considerada fora.


2º período: Voleibol na década de 1950

Alteração nas seguintes regras em relação ao período anterior: seis jogadores por equipe; limite de três contatos com a bola antes de direcioná-la para o outro lado da quadra; não é permitido pisar na linha no momento da execução do saque e não existe mais a possibilidade da repetição do saque, caso o jogadorerre o primeiro, como também não é mais válido outro jogador auxiliar com o toque por cima para que essa bola passe pela rede; além do saque por baixo, do toque por cima e do bloqueio, são permitidos também os movimentos do saque por cima, da cortada e da manchete; não é permitido que o jogador efetue dois contatos seguidos com a bola antes de enviá-la por cima da rede; há interrupção do jogo devido ao contato da bola com a rede somente no momento do saque; a bola, ao tocar nas linhas que delimitam o espaço da quadra, é considerada dentro. A pontuação de cada set é até 15 pontos com a regra da vantagem, porém podem ser realizados sets mais curtos para diminuir a espera das equipes que aguardam a vez de jogar.


3º período: Voleibol atual

Mantenha as equipes com seis integrantes cada uma e adote as regras do voleibol atual. Pode-se utilizar qualquer parte do corpo para contato com a bola; não é mais permitido bloquear o saque; pontuação direta (sem vantagem); o jogo não é mais interrompido no contato da bola com a rede no momento do saque. Os sets agora são de 25 pontos, entretanto, como na  atividade anterior, sugerimos uma pontuação menor.

No vídeo abaixo sobre "A origem do voleibol de um jeito que você nunca viu!" presente no youtube conta a histórica completa do voleibol, onde, como e porque o voleibol surgiu nos Estados Unidos da América (E.U.A.). Vamos assistir?!

Fonte: DARIDO, Suraya Cristina (et al). Práticas corporais: educação física (6º a 9º anos). São Paulo: Moderna, 2018. p. 207 a 212.

Avaliação e Registro: 

Depois da sua leitura e de assistir ao vídeo, registre no caderno as questões:

1. O que foi o mintonette? Quando e por que surgiu o mintonette nos E.U.A.? 

2. Quais foram as primeiras regras e o primeiro formato do mintonette?

3. Porque foi necessário as mudanças nas regras do voleibol? Quem mais influenciou as suas mudanças no formato e nas regras do voleibol?

4. Explique quatro diferenças entre o mintonette e o voleibol de quadra atual.

5. Cite duas alterações que ocorreram no voleibol de quadra devido à evolução da modalidade esportiva e duas relacionadas com interesses da mídia televisiva.


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

A RELAÇÃO ENTRE A TELEVISÃO E O VOLEIBOL NO ESTABELECIMENTO DE SUAS REGRAS

Voleibol à moda antiga 

Autores: Fabiano Antonio dos Santos, Neusa Maria Domingues

A principal característica do voleibol praticado antes das principais modificações de suas regras era sua dinamicidade. As partidas eram muito demoradas, o que ocasionava, ao esporte, uma certa dificuldade de expansão, já que sua popularidade dependia também de sua espetacularização através de um maior dinamismo. 

As regras deste esporte modificaram-se com o passar dos anos, refletindo inclusive às necessidades de seus participantes, bem como do conjunto da sociedade. Do mintonette até os dias atuais, o voleibol sofreu diversas alterações em seu formato, que podemos dividir em internas e externas. 

Consideram-se alterações internas as que fazem parte da própria evolução da modalidade esportiva ao longo dos anos, como a criação de movimentos (cortada, manchete, saque por cima); a definição do número de jogadores em quadra e do limite da quantidade de contatos de uma equipe com a bola; a utilização de membros inferiores em contato com a bola; a introdução do líbero etc.

As demais alterações ocorreram em razão de determinados interesses externos, influenciando, portanto, a estrutura e a dinâmica do jogo. Esses interesses são, principalmente, mercadológicos, e grande parte deles está relacionada com a mídia televisiva. 

- Houve alteração no sistema de pontuação (da vantagem para o ponto direto), a introdução do tempo técnico no 8º e no 16º ponto atingido por uma das equipes em cada set, a modificação na cor da bola (de branca para colorida).

- O sistema de vantagens aplicado ao voleibol era o principal problema aos interesses da televisão. O ponto era marcado somente quando a equipe recuperasse a vantagem e, logo em seguida, confirmasse a vantagem adquirida. Se você perceber, isso se tornava um grande problema, pois partidas chegavam a durar de 3 a 4 horas.

- Outra característica importante da constituição das regras neste momento é a possibilidade de tocar a bola com outras partes do corpo. Era permitido o contato com partes do corpo que fossem acima da cintura. 

- O local destinado para o saque era restrito, a um espaço pré-estipulado, não sendo possível sua transposição. 

- No saque, antes de 1984, era possível o seu bloqueio, sendo extinto já a partir das olimpíadas realizadas naquele ano em Los Angeles. 

- Para a chamada recepção da primeira bola, não era permitido o contato com as mãos separadas umas das outras, caracterizando 2 toques.

- O saque, ao tocar a rede, era imediatamente anulado, dando a vantagem à equipe adversária. 

Outra mudança no voleibol foi a introdução do challenge (desafio), uma regra utilizada na maioria das competições internacionais e nas fases finais da Superliga Nacional cujo propósito é possibilitar que as equipes solicitem a revisão de marcações da arbitragem por meio de consulta a um monitor de vídeo.

Este conjunto de regras sofreu transformações que possibilitaram ao jogo uma maior dinamicidade e previsão temporal, sendo possível ser transmitido na TV sem interferir demais na programação, a mídia é vilão ou mocinha?


Fonte: 

DARIDO, Suraya Crisitna; SOUZA JÚNIOR; Osmar Moreira de. Para ensinar Educação Física: Possibilidades de intervenção na escola.7º edição. Campinas/SP: Papirus Editora, 2014. p. 57 a 71.

DARIDO, Suraya Cristina (et al). Práticas corporais: educação física (6º a 9º anos). São Paulo: Moderna, 2018. p. 157 a 161; p. 207 a 212.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Educação Física: ensino médio / vários autores. Curitiba: SEED, 2006. p. 40.


PARA REFLETIR:

- O que é o mintonette? 

- Qual é o papel da mídia na popularização do voleibol?

O voleibol sempre teve as regras atuais? Quais regras atuais que você conhece?

- Por que as regras e o formato do jogo de voleibol mudam constantemente? Quais são os objetivos da televisão em tornar o voleibol em espetáculo?

- O que você entende como esporte espetáculo?

- Cite duas alterações que ocorreram no voleibol de quadra devido à evolução da modalidade esportiva e duas relacionadas com interesses da mídia televisiva.


quarta-feira, 20 de setembro de 2023

É PRATICA CORPORAL DE AVENTURA OU ESPORTE RADICAL?

 


Vamos começar a aventura observando as imagens acima:

1) Você conhece algum dos esportes acima? Quais são os nomes? Você já praticou ou gostaria de praticar? Quais dos esportes radicais estão presentes nos Jogos Olímpicos?

As práticas corporais de aventura são diferentes de outras atividades mais convencionais e têm como princípios a maior flexibilidade ou ausência de regras para participação e a imprevisibilidade do meio físico (rios, mares, florestas, montanhas, obstáculos). A maioria das práticas de aventura surgiu na natureza e foi adaptada ao meio urbano, como o surfe que deu origem ao skate. Com o passar do tempo, outras modalidades foram criadas e continuam sendo praticadas tanto em ambiente urbano como na natureza.

Dessa forma, os esportes radicais urbanos não são práticas corporais apenas em meio à natureza, há várias modalidades, para quem gosta de adrenalina e não quer sair da cidade. São práticas que apresentam característica de desafiar e em enfrentar os riscos dos ambientes que nos cercam, testar os limites do corpo e da gravidade, a imprevisibilidade da natureza e as diversas emoções que podemos sentir quando estamos praticando, e por isso, apresentam um risco controlado do que nas modalidades esportivas tradicionais, seja pelas condições extremas em que são praticados ou por envolverem movimentos não naturais.
Por exemplo, ao jogar basquete, você corre, salta e arremessa em um terreno plano, movimentos completamente naturais, tendo em vista que o nosso organismo está plenamente acostumado. Quando salta de paraquedas, por outro lado, a sensação que você sente é completamente diferente. Afinal, não fomos feitos para voar. Com isso, corpo interpreta o evento como uma atividade de alto risco e, por isso, aumenta a produção de adrenalina.

As práticas de aventura costumam ser relacionadas a ambientes no meio da natureza, como a escalada de uma montanha ou a descida de uma corredeira em um caiaque, rapel, paraquedismo, apenas para citar alguns exemplos. Mas quando falarmos em práticas de aventura urbana, trata-se de atividades que buscam simular as mesmas sensações e movimentos, só que na cidade. Um exemplo é a escalada em paredes construídas, uma vez que as rochas e montanhas não se encontram em um ambiente urbano.

Ou seja, os esportes radicais urbanos são uma subcategoria das Práticas Corporais de Aventura (PCA), que contempla as atividades que são praticadas na cidade, que possa ultrapassar obstáculos, criar manobras ou se equilibrando em fitas ou cabos, que surgiram justamente a partir da interação dos praticantes com o mobiliário urbano, como o parkour, patins, skate, o slackline e a escalada indoor.
Já as práticas corporais urbanas é um conjunto maior de práticas e atividades, que integra um grupo de várias atividades que têm como equipamento simplesmente o corpo humano. São consideradas práticas sociais, manifestações culturais de caráter lúdico. Alguns exemplos são as danças, artes marciais, jogos, acrobacias e, claro, os esportes. Mais especificamente, se você ouvir falar em práticas corporais de aventura urbana, provavelmente seja uma menção às atividades como o parkour, nas quais o praticante supera obstáculos urbanos sem nenhum equipamento especial.

É difícil precisar a origem dos esportes radicais urbanos, pois cada um surgiu em uma época e contexto. Existem diversas atividades radicais que surgiram despretensiosamente nas cidades, mas só ganharam o status de esporte radical urbano quando difundido para um número maior de pessoas e praticado com regularidade. Várias modalidades, como o skate, começaram como práticas informais e evoluíram até se tornarem esportes com campeonatos oficiais, profissionais remunerados e associações nacionais. Atualmente, há três esportes radicais presentes nos Jogos Olímpicos, o skate, a escalada indoor e o surfe.

Le parkour, termo que vem do francês e significa “percurso” ou “caminho”, ou seja, você precisa correr, suspender-se, saltar, dependurar-se, rastejar-se para fazer o seu percurso sobre os obstáculos da cidade. Teve sua origem com base militar e da ginástica, no final do século XX, na França, com o David Belle, focando nas habilidades e capacidades físicas de transpor obstáculos rapidamente e com eficiência.

→ O slackline, (tipo uma corda bamba muito comum no circo), veio da ideia dos alpinistas e praticantes de escaladas da Califórnia, em 1980, quando eles começaram a utilizar correntes do estacionamento do parque e realizavam movimentos em prol do aumento do equilíbrio do corpo. Com o passar do tempo, substituíram as correntes por fitas planas que, desde o início, eram amarradas em árvores. A prática ganhou força e se popularizou pelo mundo. Tem como objetivo atravessar a fita de um ponto a outro sem que hajam quedas.

→ O surgimento do Skate foi um marco importante na história dos esportes radicais urbanos. Na Califórnia, alguns surfistas tiveram a ideia de transformar o surfe em um esporte urbano, instalando rodinhas nas pranchas e para adaptá-las ao asfalto. Isso aconteceu na década de 1960, mas só nos anos 70 que o esporte viria a se popularizar, com pranchas e rodas leves, semelhantes às que são usadas hoje. No embalo do skate, foi desenvolvida toda uma cultura urbana mais ampla, envolvendo esportes, roupas e comportamentos. Como o século 20 ficou marcado pela migração das pessoas do campo para a cidade, uma tendência observada em todos os cantos do mundo, o crescimento dos esportes radicais urbanos foi natural.

Construção de valores: do preconceito ao esporte olímpico

Em 1988, Jânio Quadros, prefeito da cidade de São Paulo, proibiu a prática do skate. Isso ocorreu em virtude dos skatistas usarem espaços públicos para a realização de manobras, como o Parque do Ibirapuera, onde ficava o prédio da prefeitura. Isso foi malvisto por parte da população, que considerava essa conduta rebelde. Estereótipos como vagabundos, usuários de drogas, malandros e rebeldes caracterizavam os skatistas daquela época (BRANDÃO, 2007).

Apesar da discriminação e dos preconceitos contra os skatistas, essa prática é bastante popular no Brasil. A disseminação do skate se deu, entre outros motivos, pela divulgação de músicas, roupas e competições. Um marco musical do skate no Brasil foi a banda de rock Charlie Brown Jr., formada em 1992. Um exemplo é a letra da canção “Somos extremes no esporte e na música”, de 2000, que faz uma crítica à criminalização do skate. A banda tem outras canções relacionadas ao skate. Entre os skatistas, é comum o uso de jargões ou gírias para tornar rápida a comunicação.

Por exemplo: Fazer session: sair para andar de skate, dar um rolê. Point: lugar de encontro do grupo. Gangueiro: que veste roupas mais largas e leves. Osso: situação ruim. Capote: queda do skate. Entre outras. Essa linguagem tem várias origens, sobretudo na Língua Inglesa. O que você acha? Manero!!!

Referências bibliográficas:
SILVA, Carlos Alexandre. Práticas corporais de aventura urbanas. Liceu Municipal Prefeitura Cordolino Ambrósio. 2021.
DARIDO et al. Parkour. Práticas corporais: Educação Física – 6º a 9º anos. São Paulo: Moderna, 2018. P. 67 e 68.
VÁRIOS AUTORES. Aventuras urbanas: manobras contra o preconceito. Se liga na Educação Física: 7º ano. São Paulo: Moderna, 2022. P. 72 a 79.
FONSECA, Leandro. Esportes Radicais Urbanos. Recriando jogos e brincadeiras. Método Anos Finais – 6º e 7º ano. P. 24.

Vamos continuar com a conversar:

2) É esporte radical ou prática corporal de aventura? E quando surge essa ideia de esporte radical?

3) Porque os esportes radicais são diferentes dos convencias?

4) Complete o quadro com os conceitos e seus exemplos:

Prática corporais urbanas

Praticas corporais de Aventura na natureza

Praticas corporais de Aventura urbano





5) Pense nas nossas aulas práticas e sobre o que você conhece sobre o parkour, slackline e skate, enumere as semelhanças entre essas práticas corporais.

6) Explique como foi sua experiência nas aulas na quadra e justifique.

7) Qual é a contribuição dos Jogos Olímpicos na quebra do preconceito e a discriminação contra os skatistas?



sábado, 9 de setembro de 2023

Esporte adaptado ou paradesporto?

 

Fonte da imagem: https://www.fatosdesconhecidos.com.br/como-funciona-uma-partida-de-futebol-de-cegos/

Para começar:

Ao longo da história, os indivíduos com necessidades especiais foram vistos como doentes e incapazes, e sempre estiveram em situação de desvantagem, ocupando, no imaginário coletivo, a posição de alvo da caridade popular e da assistência social, e não a de sujeitos de direitos sociais, entre os quais se inclui o direito à educação, à educação física e aos esportes.

Questão 1: Quais esportes você conhece na imagem abaixo?

Fonte da imagem: www.cpb.org.br/esportes/modalidades (acessado em 06/12/2010).

Esporte Adaptado surgiu no início do século XX, de forma muito tímida. Na primeira década do século, iniciaram-se as atividades competitivas para jovens portadores de deficiências auditivas, especialmente em modalidades coletivas. 

Por volta de 1920, tiveram início às atividades para jovens portadores de deficiência visual, especialmente a natação e o atletismo. 

Para pessoas portadoras de deficiências físicas, o início do esporte oficialmente se deu ao final da Segunda Guerra Mundial, quando os soldados voltaram para os seus países de origem com vários tipos de mutilações e outras deficiências físicas.

Em 1939, o neurocirurgião alemão Ludwig Guttman fugiu da Alemanha e se instalou na Inglaterra. Cinco anos depois, começou a trabalhar na Unidade de Lesões do Hospital de Stoke Mandeville, cuidando de combatentes com lesão medular, que recém haviam retornado da guerra. Guttman passou a usar o esporte como parte do processo de reabilitação dos seus pacientes, incentivando-os à prática de atividades competitivas. 

Coincidentemente, os primeiros jogos de Stoke Mandeville ocorreram no mesmo dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em 1948. O neurocirurgião considerou, inclusive, que com esses jogos as pessoas deficientes estavam tendo o seu equivalente aos Jogos Olímpicos. 

A competição iniciada dentro do ambiente hospitalar foi se perpetuando ao longo dos anos. Até que em 1960, na Cidade de Roma, houve uma grande virada para a internacionalização do esporte para pessoas com deficiência. 

A 9ª edição dos Jogos Internacionais de Stoke Mandeville, realizada naquele ano, viria a ser considerada como os primeiros Jogos Paralímpicos da história.

No Brasil, o esporte adaptado surgiu em 1958 com a fundação de dois clubes esportivos (um no Rio e outro em São Paulo). Nos últimos cinco anos, o Esporte Adaptado brasileiro vem evoluindo, mas por falta de informação e, principalmente, de condições específicas para a sua prática, muitos portadores de deficiência ainda não têm acesso a ele.

Quatro anos depois, em 1964, na cidade de Tóquio, a imprensa batizou o evento de Paralimpíadas. Somente em 1988, a competição foi nomeada oficialmente como Jogos Paralímpicos. As edições seguiram e passaram, cada vez mais, a incluir diferentes deficiências, dando oportunidades a novos atletas.

A DIFERENÇA ENTRE ESPORTE ADAPTADO E ESPORTE PARALÍMPICO

O esporte para pessoas com deficiência (PcDs) é um movimento recente. Não à toa, é comum nos depararmos com dúvidas sobre as diferenças e semelhanças entre o esporte adaptado, o paradesporto e o esporte paralímpico.

De uma forma bem simples, podemos dizer que o esporte adaptado se refere a todas as modalidades praticadas por diferentes grupos, como pessoas com deficiência, obesos, idosos, crianças, cardiopatas, entre outros. Ou seja, as adaptações esportivas são feitas de acordo com a necessidade do praticante.

Esse termo é normalmente associado às pessoas com deficiência, mas não está restrito a elas. Lá no dicionário, adaptado é “tudo aquilo que foi ajustado ou apropriado a algo ou alguém”, e isso também vale para o esporte.

Independente da nomenclatura utilizada, a atividade física desenvolve força, coordenação, flexibilidade e tantas outras habilidades. A partir do contato com a prática esportiva, por exemplo, os atletas podem criar o desejo de atuar no esporte de alto rendimento. É aí que surgem o paradesporto e o esporte paralímpico.

O PARADESPORTO

Paradesporto são todas as modalidades praticadas por Pessoas com Deficiência (PcD). Enquanto o esporte paralímpico envolve as mesmas modalidades, porém reconhecidas pelos órgãos reguladores e presentes em competições oficiais. 

Ou seja, dentre as modalidades paradesportivas algumas são paralímpicas. Aqui no Brasil, 23 são reconhecidas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. São elas:

Atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha paralímpica, canoagem, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, hipismo, judô, natação, parabadminton, parataekwondo, remo, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo e vôlei sentado. Nas modalidades esportivas de inverno, que também podem ser praticadas por atletas com deficiências físicas e visuais: esqui cross country, curling em cadeira de rodas, esqui alpino, biatlo, hóquei no gelo e snowboard.

Ao falar de diversidade em nossas conversas, muitas vezes, nos referimos ao tema cor, gênero ou orientação sexual, deixando de lado as pessoas com deficiência. Ainda é um tabu e um estigma muito grande sobre as pessoas com deficiência mesmo sendo um grupo 1 bilhão de indivíduo no mundo, só no Brasil são 17 milhões de indivíduo, de acordo com o IBGE.

O termo deficiência carrega em si um estigma muito grande, sendo considerado um algo ruim, de incapacidade, imperfeito e/ou de doença, perante um sociedade pautada pela alta exigência pela competência, produtividade e a busca enlouquecida pelo corpo perfeito, será que existe o corpo perfeito?

Vamos entender um pouco sobre o termo:

PcD é o termo formalmente usado na legislação e mais aceito por pessoas com deficiência mais ativista.

P de pessoa: Passou a vir antes, valorizando o indivíduo para além da deficiência.
D de deficiência: não é sinônimo de algo ruim ou doênça, tampouco é contrário de "eficiência" (que tem como antônimo de "ineficiência"). Deficiente deixa de ser usado, porque não é a única que define uma pessoa. 

Portador de Necessidades Especiais (PNE) - ainda é usado em sinalizações e por diversas pessoas, no entanto, deixou de ser utilizado, pois as pessoas não estão portando ou carregando algo como se fosse um peso ou uma roupa que possam tirar. A "necessidade especial" também acaba excluindo ainda mais, considerando que a luta de pessoas com deficiência é por equidade. 

12% dos brasileiros são PcD ou convivem com alguém que possui algum tipo de deficiência. (Fonte: Pesquisa Diversidade. Sintonia com a Sociedade, junho de 2021). Esse número traz a necessidade de refletir e discutir sobre o preconceito e a exclusão dessas pessoas nas atividades sociais, políticas, educacionais e esportivas, a partir, das palavras, perfeito, produtivo e bela, o que essas palavras significam?

Existe o mito do corpo perfeito, produtivo ou belo, sendo aquele que se encaixa no padrão da sociedade. Mas o que é padrão de corpo? Um corpo com deficiência não é visto como perfeito por não ser considerado produtivo, principalmente se levarmos em conta que ainda vivemos a lógica industrial e fabril.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA é necessária, importante e ajuda no debate e na mudança de comportamento. Alguns especialistas apontam para os benefícios de uma educação inclusiva para todas as crianças e adultos, com deficiência ou não. Empatia, alteridade, afeto e a capacidade de desenvolver outras habilidades são algumas das vantagens de se ter inclusão nas escolas desde a infância. Por outro lado, os desafios da educação no Brasil são muitos e básicos, impactando diretamente a possibilidade de inclusão de PcDs. Falta de recursos, de informação, de profissionais multidisciplinares capacitados e de participação dos pais são uma das muitas complexidades enfrentadas por essa busca de uma educação mais inclusiva.

ESPORTE vem na contramão da falta de oportunidade e de acesso das pessoas com deficiência, o esporte é ainda uma ferramenta de transformação social, tanto nas escolas quanto na formação de atletas profissionais. O treinamento de professores de educação física com um olhar especializado para PcDs também é muito importante para um trabalho de escolas e sociedade mais inclusivas.

Como por exemplo, tem o atleta profissional Daniel Dias, um fenômeno sem limites da natação paralímpico com 14 medalhas de ouro (27 no total) nos Jogos Olímpicos, é o 14º atleta mais medalhado da história deste evento multidesportivo e na 6ª posição entre os nadadores paralímpicos, segundo o Wikipédia (2022). Viu no esporte a possibilidade de crescer, se desenvolver como pessoa e alcançar o sonho de ser atleta, e ao mesmo tempo, lutar contra o preconceito e exclusão de pessoas com deficiência no esporte, deixando um legado para as novas gerações. 
Fonte: Filmes no cinema. https://images.filmesnocinema.com.br/artist-photos/daniel-dias.jpg
 Referências:

O olhar em divesiades para as pessoas com deficiência. Disponível em: <https://gente.globo.com/olhar-em-diversidades-pessoas-com-deficiencias/> 

Qual a diferença entre esporte adaptado e esporte paralímpico? Disponível em: <https://acaoparatleta.com.br/qual-diferenca-esporte-adaptado-e-paralimpico/>. Acessado em 13 de abril de 2022.

DARIDO, Suraya Cristina; SOUZA JÚNIOR, Osmar Moreira de. in: educação física e inclusão. Para ensinar Educação Física: possibilidades de intervenção na escola. Papirus Editora, Capítulo 17, 2014. p. 247 a 261.

Esportes Paraolímpicos. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28011>. Acessado em 13 de abril de 2022.


Atividade:

Questão 2: Afinal, qual é a diferença entre o esporte adaptado e paradesporto? Quais sãs as modalidades paralímpicas? Quem regulamenta as competições para pessoas com deficiência?

Questão 3: O que é paradesporte?

Questão 4: No campo social, educativo e esportivo como estão sendo garantidas os direitos a cidadania das PcDs?

Questão 5: Qual é a diferença entre PcD em relação ao simbólo PNE?

questão 6: Como se joga o futebol de 5 e o goalball? Quais são as suas regras? É para qualquer pessoa? Por quê?

Questão 7: Assista aos vídeos abaixo e produza um pequeno resumo no seu caderno, sobre como é jogar o Futebol de 5 e o goalball, quais foram suas principais impressões, o que te chamou mais atenção, o que te provocou curiosidade, entre outras coisas. Depois compartilhe com os colegas.


1º vídeo do Futebol de 5 – Dribles, passes e gols: tudo sem enxergar! Disponível no youtube: <https://www.youtube.com/watch?list=PLIznM60J0iewnK2pf4mlyAMVth_OO56F2&time_continue=7&v=rp4I-SUUHAU . Acesso em 9 de junho de 2018.


2º vídeo do Conheça a modalidade paraolímpica do goalball. Disponível no youtube: <https://youtu.be/UinvTFoRpP8?feature=shared>. Acessado em 9 de setembro de 2023.

Evento esportivo não é lugar de manifestação política

 “Um evento como um jogo de futebol serve a manifestações políticas? Eu acho que não”

Eu não gosto da obrigação de tocar o hino nacional antes de eventos esportivos. Na Copa São Paulo de Futebol Júnior, no mês passado, os caras tocavam o hino inteiro antes do jogo. Tipo cinco minutos de música. Não vejo necessidade, não acho que patriotismo funciona enfiando um hino goela abaixo de torcedores. Me incomoda também saber que o hino é uma lei estadual, uma interferência da Assembleia Legislativa no rito esportivo.

Quando política e esporte se misturam dá ruim. Vou poupá-los dos detalhes, mas basta olhar nossos últimos grandes eventos para entender que essas duas substâncias não devem ser consumidas ao mesmo tempo. O que me leva à minha primeira grande preocupação de 2018: é ano eleitoral.

Nos Estados Unidos, Colin Kaepernick, jogador da NFL, a liga de futebol americano, resolveu se ajoelhar durante o hino americano para protestar contra a forma como a polícia trata os negros. Trump ficou pistola, os torcedores conservadores também, considerando um desrespeito ao hino. Independentemente do que você, leitor, ache, Kaepernick está desempregado. Nenhum time quis esse troublemaker no elenco. Como eu estava dizendo, quando esporte e política se misturam…

Será que o evento esportivo é um local apropriado para manifestações políticas? Eu acho que não. Olhando por todos os lados, não vejo motivos para politizar o esporte.

Do ponto de vista do atleta: ele veste uma camisa que não é dele (que, aliás, ele largará por um salário melhor), uma camisa que representa torcedores que caem por todo o espectro político. A câmera e o microfone só estão apontados para aquele jogador por causa da camisa que ele está vestindo e de sua performance esportiva.

Não acho justo ele hackear esse momento, pelo qual está sendo pago, para levar adiante causas pessoais. É para isso que existe a rede social: ali, o jogador faz o que quiser. No campo? Ele está para entreter e representar até mesmo os torcedores que votam e pensam diferente. Acho também que temos de respeitar os espaços destinados à diversão, senão nosso mundo vai ficar ainda mais maluco. Você liga no basquete, no vôlei, no futebol para ter umas duas horas de paixão, suspense, humor.

Do mesmo jeito que você escolhe uma série ou assiste a uma novela. É um desligamento da realidade; nosso cérebro precisa dessa quase meditação para aguentar o dia seguinte. E aí você senta para ver um jogo e esfregam um hino na sua cara, como se aqui fosse uma “república popular”, e seu jogador favorito resolve lacrar na hora de comemorar o gol do título do seu time. É justo? Não. Tem muita coisa contaminada por aí. Precisamos imunizar o pouco espaço que ainda temos de diversão. Textão é no Facebook. Deixem o esporte em paz.

LEIFERT, Tiago. GQ Brasil, 26 fev. 2018. Disponível em: <https://gq.globo.com/Colunas/Tiago-Leifert/noticia/2018/02/evento-esportivo-nao-e-lugar-de-manifestacao-politica.html>. Acesso em: 27 mar. 2020.


https://youtu.be/yx60T1guUBY?feature=shared>.


Papo aberto:

1. Tiago Leifert defende a tese de que “quando política e esporte se misturam dá ruim”.

a) Você concorda com a tese defendida pelo autor? Por quê?

b) Como argumento para reafirmar sua tese, o autor sugere aos leitores que se lembrem de eventos esportivos anteriores. Considerando o momento histórico em que o texto foi escrito (ano de 2018), faça uma pesquisa rápida e descubra: a quais grandes eventos o autor estaria se referindo?

c) Por qual motivo o autor elege esses eventos como ilustrações de sua tese de que política e esporte não devem se misturar?

d) Elabore uma contra-argumentação a essa tese, buscando estabelecer contrapontos que indiquem aspectos positivos da realização dos megaeventos esportivos no país.


2. No quinto parágrafo, o autor afirma que o atleta “veste uma camisa que não é dele [...], uma camisa que representa torcedores que caem por todo o espectro político”.

a) Em sua opinião, o fato de o atleta representar torcedores com diferentes posições políticas justifica a negação de sua manifestação política em campo? Por quê?

b) Colin Kaepernick se manifestou, em campo, contra a violência policial dispensada aos negros de seu país. Qual é a sua opinião sobre esse tipo de protesto?

c) Tiago Leifert se posiciona contrariamente à manifestação política do atleta estadunidense. Quais são os argumentos utilizados pelo jornalista para sustentar sua opinião?

d) Levando em consideração os motivos de Kaepernick para realizar o protesto, como você avalia a opinião do jornalista?


Por dentro do texto:

1. O artigo de opinião de Tiago Leifert expressa seu posicionamento sobre as relações entre política e esporte. Retome a leitura e identifique expressões que estejam introduzindo juízos de valor.

2. Analise a posição social ocupada por Tiago Leifert. Qual é o impacto dessa posição no poder de convencimento de sua argumentação e na formação da opinião pública?

3. Leifert afirma que o presidente americano Donald Trump “ficou pistola” e que considerou o protesto de Kaepernick um desrespeito ao hino do país.

a) Qual é o significado dessa gíria no texto?

b) Identifique outras gírias ou expressões informais usadas pelo autor. Em sua opinião, qual é o papel delas no texto?

4. Identifique a relação de causa e consequência estabelecida por Leifert ao relatar o caso do protesto de Kaepernick.

5. Com qual propósito Leifert construiu essa relação?

6. No sexto parágrafo, o autor faz a seguinte afirmação: “Não acho justo ele hackear esse momento, pelo qual está sendo pago, para levar adiante causas pessoais.”.

a) Qual é o significado, no contexto, atribuído à expressão “hackear esse momento”?

b) Qual é a sua opinião a respeito dessa afirmação?

c) Suponha, por exemplo, que as manifestações políticas dos atletas sejam proibidas para evitar esse “hackeamento”. Tente imaginar quais seriam as consequências dessa proibição para os atletas.


Referência:
O esporte pode ser uma experiência política? Se liga na Linguagem - experienta atuar. Editora Moderna: São Paulo. p. 36 a 38. 
Chttps://youtu.be/yx60T1guUBY?feature=shared>.

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