quarta-feira, 20 de setembro de 2023

É PRATICA CORPORAL DE AVENTURA OU ESPORTE RADICAL?

 


Vamos começar a aventura observando as imagens acima:

1) Você conhece algum dos esportes acima? Quais são os nomes? Você já praticou ou gostaria de praticar? Quais dos esportes radicais estão presentes nos Jogos Olímpicos?

As práticas corporais de aventura são diferentes de outras atividades mais convencionais e têm como princípios a maior flexibilidade ou ausência de regras para participação e a imprevisibilidade do meio físico (rios, mares, florestas, montanhas, obstáculos). A maioria das práticas de aventura surgiu na natureza e foi adaptada ao meio urbano, como o surfe que deu origem ao skate. Com o passar do tempo, outras modalidades foram criadas e continuam sendo praticadas tanto em ambiente urbano como na natureza.

Dessa forma, os esportes radicais urbanos não são práticas corporais apenas em meio à natureza, há várias modalidades, para quem gosta de adrenalina e não quer sair da cidade. São práticas que apresentam característica de desafiar e em enfrentar os riscos dos ambientes que nos cercam, testar os limites do corpo e da gravidade, a imprevisibilidade da natureza e as diversas emoções que podemos sentir quando estamos praticando, e por isso, apresentam um risco controlado do que nas modalidades esportivas tradicionais, seja pelas condições extremas em que são praticados ou por envolverem movimentos não naturais.
Por exemplo, ao jogar basquete, você corre, salta e arremessa em um terreno plano, movimentos completamente naturais, tendo em vista que o nosso organismo está plenamente acostumado. Quando salta de paraquedas, por outro lado, a sensação que você sente é completamente diferente. Afinal, não fomos feitos para voar. Com isso, corpo interpreta o evento como uma atividade de alto risco e, por isso, aumenta a produção de adrenalina.

As práticas de aventura costumam ser relacionadas a ambientes no meio da natureza, como a escalada de uma montanha ou a descida de uma corredeira em um caiaque, rapel, paraquedismo, apenas para citar alguns exemplos. Mas quando falarmos em práticas de aventura urbana, trata-se de atividades que buscam simular as mesmas sensações e movimentos, só que na cidade. Um exemplo é a escalada em paredes construídas, uma vez que as rochas e montanhas não se encontram em um ambiente urbano.

Ou seja, os esportes radicais urbanos são uma subcategoria das Práticas Corporais de Aventura (PCA), que contempla as atividades que são praticadas na cidade, que possa ultrapassar obstáculos, criar manobras ou se equilibrando em fitas ou cabos, que surgiram justamente a partir da interação dos praticantes com o mobiliário urbano, como o parkour, patins, skate, o slackline e a escalada indoor.
Já as práticas corporais urbanas é um conjunto maior de práticas e atividades, que integra um grupo de várias atividades que têm como equipamento simplesmente o corpo humano. São consideradas práticas sociais, manifestações culturais de caráter lúdico. Alguns exemplos são as danças, artes marciais, jogos, acrobacias e, claro, os esportes. Mais especificamente, se você ouvir falar em práticas corporais de aventura urbana, provavelmente seja uma menção às atividades como o parkour, nas quais o praticante supera obstáculos urbanos sem nenhum equipamento especial.

É difícil precisar a origem dos esportes radicais urbanos, pois cada um surgiu em uma época e contexto. Existem diversas atividades radicais que surgiram despretensiosamente nas cidades, mas só ganharam o status de esporte radical urbano quando difundido para um número maior de pessoas e praticado com regularidade. Várias modalidades, como o skate, começaram como práticas informais e evoluíram até se tornarem esportes com campeonatos oficiais, profissionais remunerados e associações nacionais. Atualmente, há três esportes radicais presentes nos Jogos Olímpicos, o skate, a escalada indoor e o surfe.

Le parkour, termo que vem do francês e significa “percurso” ou “caminho”, ou seja, você precisa correr, suspender-se, saltar, dependurar-se, rastejar-se para fazer o seu percurso sobre os obstáculos da cidade. Teve sua origem com base militar e da ginástica, no final do século XX, na França, com o David Belle, focando nas habilidades e capacidades físicas de transpor obstáculos rapidamente e com eficiência.

→ O slackline, (tipo uma corda bamba muito comum no circo), veio da ideia dos alpinistas e praticantes de escaladas da Califórnia, em 1980, quando eles começaram a utilizar correntes do estacionamento do parque e realizavam movimentos em prol do aumento do equilíbrio do corpo. Com o passar do tempo, substituíram as correntes por fitas planas que, desde o início, eram amarradas em árvores. A prática ganhou força e se popularizou pelo mundo. Tem como objetivo atravessar a fita de um ponto a outro sem que hajam quedas.

→ O surgimento do Skate foi um marco importante na história dos esportes radicais urbanos. Na Califórnia, alguns surfistas tiveram a ideia de transformar o surfe em um esporte urbano, instalando rodinhas nas pranchas e para adaptá-las ao asfalto. Isso aconteceu na década de 1960, mas só nos anos 70 que o esporte viria a se popularizar, com pranchas e rodas leves, semelhantes às que são usadas hoje. No embalo do skate, foi desenvolvida toda uma cultura urbana mais ampla, envolvendo esportes, roupas e comportamentos. Como o século 20 ficou marcado pela migração das pessoas do campo para a cidade, uma tendência observada em todos os cantos do mundo, o crescimento dos esportes radicais urbanos foi natural.

Construção de valores: do preconceito ao esporte olímpico

Em 1988, Jânio Quadros, prefeito da cidade de São Paulo, proibiu a prática do skate. Isso ocorreu em virtude dos skatistas usarem espaços públicos para a realização de manobras, como o Parque do Ibirapuera, onde ficava o prédio da prefeitura. Isso foi malvisto por parte da população, que considerava essa conduta rebelde. Estereótipos como vagabundos, usuários de drogas, malandros e rebeldes caracterizavam os skatistas daquela época (BRANDÃO, 2007).

Apesar da discriminação e dos preconceitos contra os skatistas, essa prática é bastante popular no Brasil. A disseminação do skate se deu, entre outros motivos, pela divulgação de músicas, roupas e competições. Um marco musical do skate no Brasil foi a banda de rock Charlie Brown Jr., formada em 1992. Um exemplo é a letra da canção “Somos extremes no esporte e na música”, de 2000, que faz uma crítica à criminalização do skate. A banda tem outras canções relacionadas ao skate. Entre os skatistas, é comum o uso de jargões ou gírias para tornar rápida a comunicação.

Por exemplo: Fazer session: sair para andar de skate, dar um rolê. Point: lugar de encontro do grupo. Gangueiro: que veste roupas mais largas e leves. Osso: situação ruim. Capote: queda do skate. Entre outras. Essa linguagem tem várias origens, sobretudo na Língua Inglesa. O que você acha? Manero!!!

Referências bibliográficas:
SILVA, Carlos Alexandre. Práticas corporais de aventura urbanas. Liceu Municipal Prefeitura Cordolino Ambrósio. 2021.
DARIDO et al. Parkour. Práticas corporais: Educação Física – 6º a 9º anos. São Paulo: Moderna, 2018. P. 67 e 68.
VÁRIOS AUTORES. Aventuras urbanas: manobras contra o preconceito. Se liga na Educação Física: 7º ano. São Paulo: Moderna, 2022. P. 72 a 79.
FONSECA, Leandro. Esportes Radicais Urbanos. Recriando jogos e brincadeiras. Método Anos Finais – 6º e 7º ano. P. 24.

Vamos continuar com a conversar:

2) É esporte radical ou prática corporal de aventura? E quando surge essa ideia de esporte radical?

3) Porque os esportes radicais são diferentes dos convencias?

4) Complete o quadro com os conceitos e seus exemplos:

Prática corporais urbanas

Praticas corporais de Aventura na natureza

Praticas corporais de Aventura urbano





5) Pense nas nossas aulas práticas e sobre o que você conhece sobre o parkour, slackline e skate, enumere as semelhanças entre essas práticas corporais.

6) Explique como foi sua experiência nas aulas na quadra e justifique.

7) Qual é a contribuição dos Jogos Olímpicos na quebra do preconceito e a discriminação contra os skatistas?



sábado, 9 de setembro de 2023

Esporte adaptado ou paradesporto?

 

Fonte da imagem: https://www.fatosdesconhecidos.com.br/como-funciona-uma-partida-de-futebol-de-cegos/

Para começar:

Ao longo da história, os indivíduos com necessidades especiais foram vistos como doentes e incapazes, e sempre estiveram em situação de desvantagem, ocupando, no imaginário coletivo, a posição de alvo da caridade popular e da assistência social, e não a de sujeitos de direitos sociais, entre os quais se inclui o direito à educação, à educação física e aos esportes.

Questão 1: Quais esportes você conhece na imagem abaixo?

Fonte da imagem: www.cpb.org.br/esportes/modalidades (acessado em 06/12/2010).

Esporte Adaptado surgiu no início do século XX, de forma muito tímida. Na primeira década do século, iniciaram-se as atividades competitivas para jovens portadores de deficiências auditivas, especialmente em modalidades coletivas. 

Por volta de 1920, tiveram início às atividades para jovens portadores de deficiência visual, especialmente a natação e o atletismo. 

Para pessoas portadoras de deficiências físicas, o início do esporte oficialmente se deu ao final da Segunda Guerra Mundial, quando os soldados voltaram para os seus países de origem com vários tipos de mutilações e outras deficiências físicas.

Em 1939, o neurocirurgião alemão Ludwig Guttman fugiu da Alemanha e se instalou na Inglaterra. Cinco anos depois, começou a trabalhar na Unidade de Lesões do Hospital de Stoke Mandeville, cuidando de combatentes com lesão medular, que recém haviam retornado da guerra. Guttman passou a usar o esporte como parte do processo de reabilitação dos seus pacientes, incentivando-os à prática de atividades competitivas. 

Coincidentemente, os primeiros jogos de Stoke Mandeville ocorreram no mesmo dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em 1948. O neurocirurgião considerou, inclusive, que com esses jogos as pessoas deficientes estavam tendo o seu equivalente aos Jogos Olímpicos. 

A competição iniciada dentro do ambiente hospitalar foi se perpetuando ao longo dos anos. Até que em 1960, na Cidade de Roma, houve uma grande virada para a internacionalização do esporte para pessoas com deficiência. 

A 9ª edição dos Jogos Internacionais de Stoke Mandeville, realizada naquele ano, viria a ser considerada como os primeiros Jogos Paralímpicos da história.

No Brasil, o esporte adaptado surgiu em 1958 com a fundação de dois clubes esportivos (um no Rio e outro em São Paulo). Nos últimos cinco anos, o Esporte Adaptado brasileiro vem evoluindo, mas por falta de informação e, principalmente, de condições específicas para a sua prática, muitos portadores de deficiência ainda não têm acesso a ele.

Quatro anos depois, em 1964, na cidade de Tóquio, a imprensa batizou o evento de Paralimpíadas. Somente em 1988, a competição foi nomeada oficialmente como Jogos Paralímpicos. As edições seguiram e passaram, cada vez mais, a incluir diferentes deficiências, dando oportunidades a novos atletas.

A DIFERENÇA ENTRE ESPORTE ADAPTADO E ESPORTE PARALÍMPICO

O esporte para pessoas com deficiência (PcDs) é um movimento recente. Não à toa, é comum nos depararmos com dúvidas sobre as diferenças e semelhanças entre o esporte adaptado, o paradesporto e o esporte paralímpico.

De uma forma bem simples, podemos dizer que o esporte adaptado se refere a todas as modalidades praticadas por diferentes grupos, como pessoas com deficiência, obesos, idosos, crianças, cardiopatas, entre outros. Ou seja, as adaptações esportivas são feitas de acordo com a necessidade do praticante.

Esse termo é normalmente associado às pessoas com deficiência, mas não está restrito a elas. Lá no dicionário, adaptado é “tudo aquilo que foi ajustado ou apropriado a algo ou alguém”, e isso também vale para o esporte.

Independente da nomenclatura utilizada, a atividade física desenvolve força, coordenação, flexibilidade e tantas outras habilidades. A partir do contato com a prática esportiva, por exemplo, os atletas podem criar o desejo de atuar no esporte de alto rendimento. É aí que surgem o paradesporto e o esporte paralímpico.

O PARADESPORTO

Paradesporto são todas as modalidades praticadas por Pessoas com Deficiência (PcD). Enquanto o esporte paralímpico envolve as mesmas modalidades, porém reconhecidas pelos órgãos reguladores e presentes em competições oficiais. 

Ou seja, dentre as modalidades paradesportivas algumas são paralímpicas. Aqui no Brasil, 23 são reconhecidas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. São elas:

Atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha paralímpica, canoagem, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, hipismo, judô, natação, parabadminton, parataekwondo, remo, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo e vôlei sentado. Nas modalidades esportivas de inverno, que também podem ser praticadas por atletas com deficiências físicas e visuais: esqui cross country, curling em cadeira de rodas, esqui alpino, biatlo, hóquei no gelo e snowboard.

Ao falar de diversidade em nossas conversas, muitas vezes, nos referimos ao tema cor, gênero ou orientação sexual, deixando de lado as pessoas com deficiência. Ainda é um tabu e um estigma muito grande sobre as pessoas com deficiência mesmo sendo um grupo 1 bilhão de indivíduo no mundo, só no Brasil são 17 milhões de indivíduo, de acordo com o IBGE.

O termo deficiência carrega em si um estigma muito grande, sendo considerado um algo ruim, de incapacidade, imperfeito e/ou de doença, perante um sociedade pautada pela alta exigência pela competência, produtividade e a busca enlouquecida pelo corpo perfeito, será que existe o corpo perfeito?

Vamos entender um pouco sobre o termo:

PcD é o termo formalmente usado na legislação e mais aceito por pessoas com deficiência mais ativista.

P de pessoa: Passou a vir antes, valorizando o indivíduo para além da deficiência.
D de deficiência: não é sinônimo de algo ruim ou doênça, tampouco é contrário de "eficiência" (que tem como antônimo de "ineficiência"). Deficiente deixa de ser usado, porque não é a única que define uma pessoa. 

Portador de Necessidades Especiais (PNE) - ainda é usado em sinalizações e por diversas pessoas, no entanto, deixou de ser utilizado, pois as pessoas não estão portando ou carregando algo como se fosse um peso ou uma roupa que possam tirar. A "necessidade especial" também acaba excluindo ainda mais, considerando que a luta de pessoas com deficiência é por equidade. 

12% dos brasileiros são PcD ou convivem com alguém que possui algum tipo de deficiência. (Fonte: Pesquisa Diversidade. Sintonia com a Sociedade, junho de 2021). Esse número traz a necessidade de refletir e discutir sobre o preconceito e a exclusão dessas pessoas nas atividades sociais, políticas, educacionais e esportivas, a partir, das palavras, perfeito, produtivo e bela, o que essas palavras significam?

Existe o mito do corpo perfeito, produtivo ou belo, sendo aquele que se encaixa no padrão da sociedade. Mas o que é padrão de corpo? Um corpo com deficiência não é visto como perfeito por não ser considerado produtivo, principalmente se levarmos em conta que ainda vivemos a lógica industrial e fabril.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA é necessária, importante e ajuda no debate e na mudança de comportamento. Alguns especialistas apontam para os benefícios de uma educação inclusiva para todas as crianças e adultos, com deficiência ou não. Empatia, alteridade, afeto e a capacidade de desenvolver outras habilidades são algumas das vantagens de se ter inclusão nas escolas desde a infância. Por outro lado, os desafios da educação no Brasil são muitos e básicos, impactando diretamente a possibilidade de inclusão de PcDs. Falta de recursos, de informação, de profissionais multidisciplinares capacitados e de participação dos pais são uma das muitas complexidades enfrentadas por essa busca de uma educação mais inclusiva.

ESPORTE vem na contramão da falta de oportunidade e de acesso das pessoas com deficiência, o esporte é ainda uma ferramenta de transformação social, tanto nas escolas quanto na formação de atletas profissionais. O treinamento de professores de educação física com um olhar especializado para PcDs também é muito importante para um trabalho de escolas e sociedade mais inclusivas.

Como por exemplo, tem o atleta profissional Daniel Dias, um fenômeno sem limites da natação paralímpico com 14 medalhas de ouro (27 no total) nos Jogos Olímpicos, é o 14º atleta mais medalhado da história deste evento multidesportivo e na 6ª posição entre os nadadores paralímpicos, segundo o Wikipédia (2022). Viu no esporte a possibilidade de crescer, se desenvolver como pessoa e alcançar o sonho de ser atleta, e ao mesmo tempo, lutar contra o preconceito e exclusão de pessoas com deficiência no esporte, deixando um legado para as novas gerações. 
Fonte: Filmes no cinema. https://images.filmesnocinema.com.br/artist-photos/daniel-dias.jpg
 Referências:

O olhar em divesiades para as pessoas com deficiência. Disponível em: <https://gente.globo.com/olhar-em-diversidades-pessoas-com-deficiencias/> 

Qual a diferença entre esporte adaptado e esporte paralímpico? Disponível em: <https://acaoparatleta.com.br/qual-diferenca-esporte-adaptado-e-paralimpico/>. Acessado em 13 de abril de 2022.

DARIDO, Suraya Cristina; SOUZA JÚNIOR, Osmar Moreira de. in: educação física e inclusão. Para ensinar Educação Física: possibilidades de intervenção na escola. Papirus Editora, Capítulo 17, 2014. p. 247 a 261.

Esportes Paraolímpicos. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28011>. Acessado em 13 de abril de 2022.


Atividade:

Questão 2: Afinal, qual é a diferença entre o esporte adaptado e paradesporto? Quais sãs as modalidades paralímpicas? Quem regulamenta as competições para pessoas com deficiência?

Questão 3: O que é paradesporte?

Questão 4: No campo social, educativo e esportivo como estão sendo garantidas os direitos a cidadania das PcDs?

Questão 5: Qual é a diferença entre PcD em relação ao simbólo PNE?

questão 6: Como se joga o futebol de 5 e o goalball? Quais são as suas regras? É para qualquer pessoa? Por quê?

Questão 7: Assista aos vídeos abaixo e produza um pequeno resumo no seu caderno, sobre como é jogar o Futebol de 5 e o goalball, quais foram suas principais impressões, o que te chamou mais atenção, o que te provocou curiosidade, entre outras coisas. Depois compartilhe com os colegas.


1º vídeo do Futebol de 5 – Dribles, passes e gols: tudo sem enxergar! Disponível no youtube: <https://www.youtube.com/watch?list=PLIznM60J0iewnK2pf4mlyAMVth_OO56F2&time_continue=7&v=rp4I-SUUHAU . Acesso em 9 de junho de 2018.


2º vídeo do Conheça a modalidade paraolímpica do goalball. Disponível no youtube: <https://youtu.be/UinvTFoRpP8?feature=shared>. Acessado em 9 de setembro de 2023.

Evento esportivo não é lugar de manifestação política

 “Um evento como um jogo de futebol serve a manifestações políticas? Eu acho que não”

Eu não gosto da obrigação de tocar o hino nacional antes de eventos esportivos. Na Copa São Paulo de Futebol Júnior, no mês passado, os caras tocavam o hino inteiro antes do jogo. Tipo cinco minutos de música. Não vejo necessidade, não acho que patriotismo funciona enfiando um hino goela abaixo de torcedores. Me incomoda também saber que o hino é uma lei estadual, uma interferência da Assembleia Legislativa no rito esportivo.

Quando política e esporte se misturam dá ruim. Vou poupá-los dos detalhes, mas basta olhar nossos últimos grandes eventos para entender que essas duas substâncias não devem ser consumidas ao mesmo tempo. O que me leva à minha primeira grande preocupação de 2018: é ano eleitoral.

Nos Estados Unidos, Colin Kaepernick, jogador da NFL, a liga de futebol americano, resolveu se ajoelhar durante o hino americano para protestar contra a forma como a polícia trata os negros. Trump ficou pistola, os torcedores conservadores também, considerando um desrespeito ao hino. Independentemente do que você, leitor, ache, Kaepernick está desempregado. Nenhum time quis esse troublemaker no elenco. Como eu estava dizendo, quando esporte e política se misturam…

Será que o evento esportivo é um local apropriado para manifestações políticas? Eu acho que não. Olhando por todos os lados, não vejo motivos para politizar o esporte.

Do ponto de vista do atleta: ele veste uma camisa que não é dele (que, aliás, ele largará por um salário melhor), uma camisa que representa torcedores que caem por todo o espectro político. A câmera e o microfone só estão apontados para aquele jogador por causa da camisa que ele está vestindo e de sua performance esportiva.

Não acho justo ele hackear esse momento, pelo qual está sendo pago, para levar adiante causas pessoais. É para isso que existe a rede social: ali, o jogador faz o que quiser. No campo? Ele está para entreter e representar até mesmo os torcedores que votam e pensam diferente. Acho também que temos de respeitar os espaços destinados à diversão, senão nosso mundo vai ficar ainda mais maluco. Você liga no basquete, no vôlei, no futebol para ter umas duas horas de paixão, suspense, humor.

Do mesmo jeito que você escolhe uma série ou assiste a uma novela. É um desligamento da realidade; nosso cérebro precisa dessa quase meditação para aguentar o dia seguinte. E aí você senta para ver um jogo e esfregam um hino na sua cara, como se aqui fosse uma “república popular”, e seu jogador favorito resolve lacrar na hora de comemorar o gol do título do seu time. É justo? Não. Tem muita coisa contaminada por aí. Precisamos imunizar o pouco espaço que ainda temos de diversão. Textão é no Facebook. Deixem o esporte em paz.

LEIFERT, Tiago. GQ Brasil, 26 fev. 2018. Disponível em: <https://gq.globo.com/Colunas/Tiago-Leifert/noticia/2018/02/evento-esportivo-nao-e-lugar-de-manifestacao-politica.html>. Acesso em: 27 mar. 2020.


https://youtu.be/yx60T1guUBY?feature=shared>.


Papo aberto:

1. Tiago Leifert defende a tese de que “quando política e esporte se misturam dá ruim”.

a) Você concorda com a tese defendida pelo autor? Por quê?

b) Como argumento para reafirmar sua tese, o autor sugere aos leitores que se lembrem de eventos esportivos anteriores. Considerando o momento histórico em que o texto foi escrito (ano de 2018), faça uma pesquisa rápida e descubra: a quais grandes eventos o autor estaria se referindo?

c) Por qual motivo o autor elege esses eventos como ilustrações de sua tese de que política e esporte não devem se misturar?

d) Elabore uma contra-argumentação a essa tese, buscando estabelecer contrapontos que indiquem aspectos positivos da realização dos megaeventos esportivos no país.


2. No quinto parágrafo, o autor afirma que o atleta “veste uma camisa que não é dele [...], uma camisa que representa torcedores que caem por todo o espectro político”.

a) Em sua opinião, o fato de o atleta representar torcedores com diferentes posições políticas justifica a negação de sua manifestação política em campo? Por quê?

b) Colin Kaepernick se manifestou, em campo, contra a violência policial dispensada aos negros de seu país. Qual é a sua opinião sobre esse tipo de protesto?

c) Tiago Leifert se posiciona contrariamente à manifestação política do atleta estadunidense. Quais são os argumentos utilizados pelo jornalista para sustentar sua opinião?

d) Levando em consideração os motivos de Kaepernick para realizar o protesto, como você avalia a opinião do jornalista?


Por dentro do texto:

1. O artigo de opinião de Tiago Leifert expressa seu posicionamento sobre as relações entre política e esporte. Retome a leitura e identifique expressões que estejam introduzindo juízos de valor.

2. Analise a posição social ocupada por Tiago Leifert. Qual é o impacto dessa posição no poder de convencimento de sua argumentação e na formação da opinião pública?

3. Leifert afirma que o presidente americano Donald Trump “ficou pistola” e que considerou o protesto de Kaepernick um desrespeito ao hino do país.

a) Qual é o significado dessa gíria no texto?

b) Identifique outras gírias ou expressões informais usadas pelo autor. Em sua opinião, qual é o papel delas no texto?

4. Identifique a relação de causa e consequência estabelecida por Leifert ao relatar o caso do protesto de Kaepernick.

5. Com qual propósito Leifert construiu essa relação?

6. No sexto parágrafo, o autor faz a seguinte afirmação: “Não acho justo ele hackear esse momento, pelo qual está sendo pago, para levar adiante causas pessoais.”.

a) Qual é o significado, no contexto, atribuído à expressão “hackear esse momento”?

b) Qual é a sua opinião a respeito dessa afirmação?

c) Suponha, por exemplo, que as manifestações políticas dos atletas sejam proibidas para evitar esse “hackeamento”. Tente imaginar quais seriam as consequências dessa proibição para os atletas.


Referência:
O esporte pode ser uma experiência política? Se liga na Linguagem - experienta atuar. Editora Moderna: São Paulo. p. 36 a 38. 
Chttps://youtu.be/yx60T1guUBY?feature=shared>.

Os diferentes papeis do esporte



No esporte existe a possibilidade do estudante experimentar e compreender as diferentes formas em que podemos atuar nos esportes de invasão, assumindo diferentes papéis. 

Durante uma partida é comum vermos vários personagens, dentre eles, o jogador, o árbitro e o técnico. Mas você conhece as funções do jogador e arbitro e do técnico durante uma partida? 

Contudo, esses personagens deve compreender as características do esporte que está praticando, a lógica interna do esporte e as regras básicas da modalidade.


Características dos esportes de invasão

Nos esportes de invasão é possível perceber, entre outras semelhanças, que as equipes jogam em quadras ou campos retangulares. Em uma das linhas de fundo, fica a meta a ser atacada, e, na outra linha de fundo, a meta que deve ser defendida.

Para atacar a meta do adversário, uma equipe precisa, ter a posse e manutenção de bola para avançar sobre o campo do adversário e criar condições para fazer gols, no caso do futsal. Só dá para chegar se a equipe que está no ataque trabalhar a manutenção da bola, a progressão da bola coletivamente e finalizar em direção da meta. Ao mesmo tempo em que uma equipe tenta avançar, a outra tenta impedir os avanços, protegendo a meta e recuperando a bola.

No futsal, a equipe que está com a bola está no ataca e as habilidades necessárias para manter a posse de bola é a condução e o drible, para a progressão coletiva é necessário passar a bola entre os companheiros para no final chutar ao gol do adversário.

Ao mesmo tempo, a equipe que está sem bola está na defesa e as habilidades necessárias para recuperação a bola é a marcação individual ou por zona, proteger a meta ocupando os espaços vazios e se posicionando entre o atacante e o seu gol e juntamente ao goleiro retornar para seu campo de defesa para impedir os avanços do ataca. 


Elementos da lógica interna dos esportes de invasão

Os esportes de invasão apresentam elementos que constituem a sua lógica interna, como: objetivo do jogo; papéis dos jogadores; a área do jogo; a ações táticas ofensivas e defensivas; habilidades técnicas; estratégias ofensivas e defensivas, porém destacaremos algumas:

- Objetivo do jogo: o principal objetivo do jogo é que as equipes tentem ocupar o setor da quadra/campo defendido pelo adversário para marcar pontos, protegendo a sua meta simultaneamente.

- Papéis dos jogadores: nos esportes de quadra, todos os jogadores atacam e defendem. Nos esportes de campo, a tendência é ter papéis mais diferenciados.

- Habilidades técnicas/individuais: manejo e condução de bola (com e sem implemento), passe, drible, chute, cabeceio, arremesso e finalizações.

- Estratégias ofensivas: manter a posse e criar coletivamente chance para finalizar; efetuar rápida mudança de defesa-ataque; e contra-atacar de forma organizada.

- Estratégias defensivas: fazer uma ocupação equilibrada do espaço; realizar retorno defensivo; variar a organização defensiva (sistema, zona, individual, misto, combinado, pressão).

A função do JOGADOR é realizar o jogo a lógica interna compreendendo as ações ofensivas e defensivas, comportar-se de acordo com a tática coletiva, adaptar-se a situações adversas em momentos de dificuldade, o respeito às regras, ao ambiente de jogo, ao adversário, ao árbitro, reconhecer as suas necessidades técnicas e táticas, seguir as orientações do técnico.

A função do TÉCNICO é dirige e orienta as atividades do time, elencando a posição e estratégia de jogo de cada jogador, incentivar e extrair o seu máximo dos jogadores, contornar situações de conflito ou de derrota. 

As posições em que os jogadores e técnicos devem conhecer no futsal é o goleiro, o ala, o fixo e pivô, organizando o sistema tático a partir das habilidades individuais e coletiva do seu time. 


Sistema 1x2x1 (1 fixo, 2 alas, 1 pivô)

A função do goleiro:  deve saber coordenar e orientar a sua equipe, pois joga de frente para o adversário. E hoje em dia além de atuar com as mãos deve saber jogar com os pés na mesma proporção. Já ficou pra trás a ideia que o goleiro é apenas um atleta de defesa, no futsal o goleiro também faz parte no sistema ofensivo da equipe, com isso, é exigido cada vez mais habilidades desta posição. Além de atuar com as mãos e pés para efetuar defesas também deve saber todos os movimentos táticos da equipe, ajudar no sistema ofensivo e dar cobertura ao sistema defensivo. A atenção e concentração é primordial para esta posição.

A função do fixo: o atleta encarregado de desarmar as jogadas dos adversários, são atletas de excelente marcação. Hoje em dia também são grandes criadores de jogadas. Deve ter grande senso de distribuição de jogo e excelente cobertura. Deve ter um bom sincronismo com os alas e com o goleiro para um bom domínio da marcação. Deve saber se movimentar para criar situações de vantagem no ataque. Saber antecipar uma jogada é fundamental para ser um bom fixo.

A função do ala: são os jogadores que posicionam na lateral da quadra, podendo ser Ala Esquerdo ou Ala Direito. São responsáveis pelo desenvolvimento das jogadas. O Ala deve se deslocar constantemente, com ou sem bola, utilizando bem os espaços vazios, tendo grande percepção das jogadas e precisão nos passes. Devem saber marcar e atacar na mesma proporção, ter excelente controlo de bola, dribles e boa finalização.

A função do pivô: é o jogador que têm maior poder de finalização, também como característica a proteção da bola de costas. É importante para o pivô saber o tempo certo de passar a bola para os seus companheiros. Hoje, o pivô têm que se preocupar com a marcação, pois é dele a primeira linha defensiva. Existem pivô de referência (mais parado na frente) e pivô de movimentação (deslocam-se pela quadra).

A função do ARBITRO é aplica e fazer cumprir as regras, sendo imparcial e zelando pela segurança dos demais estudantes, sendo que o árbitro principal e o auxiliar é responsável pela aplicação das regras e condução do jogo, juntamento com os árbitro anotador e cronometrista, que são responsáveis pelo controle do tempo de jogo, anotar na súmula os fatos ocorridos no jogo e aplicar as regras junto aos reservas e técnico no banco de reserva.  

FUNDAMENTOS DO FUTSAL

Domínio: é a habilidade de receber a bola com diversas parte do corpo;
Condução: é quando se leva a bola pela quadra de jogo, deve-se conduzir a bola sempre próxima ao corpo. Pode ser em linha reta ou com mudança de direção, com diferentes partes do pé. 
Chute: é o ato de bater na cola com maior força podendo ser em direção ao gol do adversário (ofensivo) ou afastando a bola do seu próprio gol (defensivo). 
Passe: é um dos fundamentos mais importante do futsal. É um fundamento em que um companheiro dá a posse de bola para outro companheiro do time. O passe pode ser com os pés, com a cabeça, com o peito, a coxa e de ombro. O passe pode ser de longa, curta e média distância, rasteiro, meia altura e parabólico, com parte interna, externa, anterior (bico), solado e dorso do pé. 
Cabeceio: é ação de cabecear a bola de forma ofensiva para o gol do adversário ou defensivo, afastando do seu próprio gol. 
Drible: é o ato de passar com a bola pelo adversário.
Finta: é o ato de driblar o adversário sem bola, a depender da região do país, são sinônimo de finta, a desmarcação, balanço, o gato, vai e vem, pique falso. 

Regras básicas do futsal

- Quadra de jogo: tem de comprimento 42 metros e sua largura 22 metros.

- Número de faltas: Cada equipe pode cometer até 5 faltas acumulativas por tempo de jogo, a partir da 6º falta acumulativa a equipe será penalizada com Tiro Livre Direto sem Barreira, para o gol.

- Saída de bola: Para o início da partida ou reinicio do jogo todos os jogadores, exceto o jogador que faz a reposição de bola, devem estar na sua meia da quadra de jogo. Será possível marcar um gol direto na equipe adversária com um tiro de início ou reinício de jogo.

- Substituição: As substituições são ilimitadas durante a partida e podem ser feitas com a bola em jogo ou fora de jogo, desde que na ZONA DE SUBSTITUIÇÃO.

- Goleiro: Não é permitido ao goleiro ficar com a bola por mais de 4 segundos, com os pés ou com as mãos, em sua quadra de defesa. É permitido apenas um recuo de bola para o goleiro, e ele não pode receber a bola recuada usando as mãos. Após um recuo, ele só poderá receber a bola em sua quadra de defesa se ela tocar em um adversário.

- Tiro lateral: A cobrança deve ser feita em até 4 segundos e não é permitido gol direto de tiro lateral. É cobrado com os pés, a bola deve ser colocada sobre a linha da quadra e deve permanecer parada, o jogador que cobrar o tiro lateral pode estar com o pé em qualquer parte da quadra.

- Tiro de meta: O arremesso de meta deve ser cobrado exclusivamente pelo goleiro, usando as mãos, dentro de usa área de gol e em até 4 segundos. Não será permitido ao goleiro lançar a bola direto ao gol do adversário, a bola deverá tocar uma pessoa da sua equipe antes de entrar ao gol.


- Intenção de Mão na Bola: Tentar tocar a bola com as mãos ou braços intencionalmente, mesmo que não toque na bola, também será considerado falta.


Referencial:

As regras básicas do futsal. Disponível em <https://www.dicaseducacaofisica.info/resumo-regras-basicas-do-futsal/>

As funções dos jogadores em suas posições dentro de quadra. Disponível em: <https://futline.com.br/posicao-no-futsal-pivo/>   

Regras do futsal. Disponível em: <https://futline.com.br/regrasdofutsal/>

Os papéis nos esportos de invasão. Disponível em <https://novaescola.org.br/planos-de-aula/fundamental/8ano/educacao-fisica/os-papeis-nos-esportes-de-invasao/6593>.

O futsal. Disponível em: <https://educacaofisicasimples.blogspot.com/p/futsal.html>.

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