As
relações entre cultura de massa, indústria cultural e meios de
comunicação de massa parecem indicar uma coisa só, mas apresentam
fundamentos distintos na estratégia de consolidação da ideologia
capitalista. A cultura erudita é produzida pela classe dominante
(elite), a cultura popular é produzida pelas classes populares, que
se refere a tradição, o folclore e a religião. A cultura de massa
é produzido para as massas.
Ela é gerada no interior da indústria cultural,
no conjunto
de empresas vinculadas à classe dominante (elite)
que tem como função “produzir” cultura para
a massa (classe
trabalhadora/popular)
em forma de objeto de consumo.
Isso
acontece pela massificação de saberes e padrões de comportamento
que interessam às classes dominantes, para que sejam adotadas como
referência pelas classes dominadas. Por meio de inúmeros produtos
(novelas, filmes, livros, shows, programas de TV, revista, música,
etc), há uma divulgação
de elementos culturais que tem como ideia
inicial a consolidação de
valores e comportamentos que reforçam a ordem social capitalista.
Para isso, esses produtos incentivam o consumo, a padronização dos
gostos, em um processo em que prevalece a busca pelo lucro.
Os
meios de comunicação de massa (televisão, rádio, cinema, jornais,
etc), que são os principais veículos de divulgação da cultura de
massa. São responsáveis por transmitir as ideais das classes
dominantes para o conjunto de pessoa, por exemplo o jovem, como forma
de controle hegemônico sobre as classes dominadas. Por exemplo,
quando um programa jornalístico de uma emissora de televisão
apresenta uma notícia, o modo como são narrados os fatos ou
apresentadas as entrevistas não é neutro. Procura – se construir
determinado olhar sobre a realidade que representa a visão dos donos
do veículo de comunicação em que a informação está sendo
divulgada. Atualmente, o principal modo de obter informação é por
meio da televisão, assim sendo, é o veículo essencial para a
difusão da cultura e da ideologia dominantes.
Esta
relação de cultura e poder (controle social), levou Theodor
Adorno e Max Horkheimer (1985 – 1973) criarem, em 1940, o conceito
de indústria cultural. Esse conceito foi elaborado para designar o
modo como se produz “cultura”, com base na padronização
verificada em qualquer outra produção industrial. Com
a Revolução Industrial foi
possível fabricar em grande
escala produtos padronizados, para
a sociedade de consumo.
Assim, as empresas responsáveis pela produção de bens culturais
como mercadoria fazem parte da indústria cultural. A
produção da cultura passou a ter como principal finalidade o lucro.
A
arte deixa de
exercer sua autonomia de criticar a sociedade para
tornar –
se produtos mais rentáveis e
aceito pelos consumidores.
A
cultura de massa, como produto da indústria cultural, se sustenta
oferecendo divertimento e produzindo conformismo. A diversão
propiciada pelos produtos da
indústria cultural, muitas vezes mascara os conflitos existentes na
sociedade. O conformismo refere – se a aceitação
da realidade social, como
mostrada pelos meios de comunicação, que não lhe fazem nenhuma
crítica. O divertimento e o entretenimento reforçam a naturalização
das situações de opressão e desigualdades apresentadas nos filmes,
nas telenovelas e nas séries de televisão.
Esse
processo de naturalização e conformismo produz a alienação das
massas. Funciona como mecanismo de controle social, pois neutraliza a
possibilidade de o indivíduo entender e criticar os padrões de
relações sociais aos quais está submetido. Assim, a ideologia
dominante transmitida por esses produtos culturais permite a
reprodução das relações de dominação na sociedade.
O
filme “À procura da felicidade” (2006) reforça a ideia de que o
indivíduo tem total controle sobre sua vida. Basta que ele trabalhe
muito para que no final seja recompensado. Essa ideologia de “se
quiser, você consegue” ignora a influência das estruturas sociais
na vida das pessoas, dificultando o surgimento de um olhar crítico
sobre a sociedade.
Durante
sua leitura, teve alguma palavra que você não entendeu? Sim? Não?
Pesquise seus conceitos e significados no dicionário da biblioteca
da escola e anote no seu caderno. Poderá facilitar o entendimento
sobre o texto e ampliar seu conhecimento. Buscar outras referências
também é muito importante. Por exemplo, livro de Sociologia, de
Nelson Dacio Tomazi, da editora Saraiva.
SILVA,
A. et al. Sociologia em movimento.
Editora Moderna: São Paulo, 2013,
81 a 83 p.
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