sexta-feira, 10 de setembro de 2021

EXISTE CORPO PERFEITO?

No decorrer da vida, os seres humanos experimentam e incorporam às suas rotinas diversas atividades que de alguma forma impactam em transformações no corpo e, por conseguinte, resultam em diferentes performances. Algumas pessoas são mais fortes, outras mais rápidas, outras resistem por mais tempo ao esforço, outras são mais flexíveis, e assim por diante.

“Por quais motivos vocês acham que temos corpo e desempenho físico diferenciados uns dos outros?”.

Primeiramente, porque somos seres diferentes uns dos outros e desempenhamos as tarefas e os exercícios físicos de forma diferente uns dos outros, isso se chama, particularidade ou individualidade biológico, pois existem diferenças corporais e de performance entre eu e os outros. 

Algumas pessoas são mais fortes, outras mais rápidas, outras resistem por mais tempo ao esforço, outras são mais flexíveis, e assim por diante. E quando essas diferenças tornam-se problemas entre as pessoas, é quando nos comparamos com os outros e nos colocamos numa posição inferior, querendo ser igual ao outro para sermos aceitos a algum tipo de padrão social, ou seja, a estigmatização do corpo (ato de marcar negativamente algo ou alguém ou recriminar alguém por ser diferente aos padrões sociais).

Atualmente, as pessoas têm sido influenciadas e estimuladas pelo comércio e pela indústria a buscar pelo corpo perfeito. Essa influência vem de várias lugares, em especial pela mídia, o que interfere na nossa atitude e nosso comportamento sobre o nosso corpo, sobre como vermos o nosso corpo, querendo alcançar um corpo perfeito, escravizando milhões de pessoas. 

Afinal, o que é belo e o que é corpo para a sociedade de consumo?

Sempre existiu o fenômeno social do culto ao corpo, o que está acontecendo na atual sociedade é a intensificação do culto ao corpo como preocupação constante para sermos aceitos e não julgados pelo grupo que fazemos parte. O que acaba impondo às pessoas um modelo de corpo estereotipado e padronizado, tornando-se uma obsessão para alcançar a todo custo o padrão social. O termômetro da aceitação pelo grupo social é o número de curtida de uma foto, o número de seguidores, o número da comentários positivos, de pessoas estranhas e distantes, desse modo, vamos moldando nossa forma de ser por causa dos outros. 


Para alcançar cada vez mais um numero de pessoas, existe uma ideia de sedução das pessoas por meio de promessas de 
solução à qualquer deslize da natureza ou castigo do tempo. A sedutora indústria da beleza ao atrair as pessoas com milagrosas receitas de beleza distorce o que é belo e o que é corpo, influenciando as pessoas na visão sobre a própria imagem. 

Os julgamentos em torno “do corpo perfeito” são cada vez mais severos. Tolera-se cada vez menos e isso vem acompanhado de uma avaliação moral muito depreciativa àqueles que não cuidam da própria estética. Moralizar a beleza é dizer que quem não cuida do próprio corpo é desleixado, sem caráter. Também com o desenvolvimento de técnicas de emagrecimento e o aumento do número de cirurgias plásticas, o imediatismo se sobrepôs ao sacrifício e às muitas horas de malhação.




Para a indústria da beleza sempre estaremos na busca do corpo perfeito, mesmo sabendo que ele não existe, e ao mesmo tempo, fazendo a gente negar a própria imagem de corpo. Isso se dá, pela visão distorcida da imagem sobre o corpo, fazendo as pessoas desejarem ter um corpo magro ou um corpo forte, desejando um corpo que não existe, não necessariamente aliado a saúde. 

Os excessos desta busca tem criado várias patologias/doenças psicossociais e distúrbios alimentares para atender a esse padrão de beleza e de corpo. Podemos cite: anorexia, bulimia, vigorexia.


Somos bombardeados diariamente e influenciados pela ideologia exibicionista de “corpos perfeitos” cultuados pela indústria da moda, na qual exige um modelo de corpo ideal, ou seja “ corpo embalagem”. Para atender aos modelos de beleza e o culto a perfeição e a mídia, muitas pessoas tornam-se reféns do seu próprio corpo (cyborgs), buscam persistentemente por uma perfeição corporal, que atenda aos padrões de beleza impostos pela sociedade mercadológica. Vivemos uma era bastante equivocada do “TIPO ATLÉTICO”, conotação escravista do corpo em “PARECER EM DETRIMENTO DO SER” inclinando à pessoa a “des”construção da sua identidade corporal e desenvolvendo de vários transtornos.



De acordo com a psicóloga Joana Vilhena, a ditadura estética da magreza é um fenômeno social dentro da cultura do culto ao corpo, sendo um dos elementos da sociedade de consumo. Junto às promessas de belas curvas está o lucro da indústria de beleza, que movimenta bilhões ao ano. O que torna o corpo e a saúde em mercadoria.

    – Essa indústria cosmética é a da perfumaria, do culto ao corpo, que inclui cremes, regimes, produtos light, diets, lipoaspirações, academias de ginástica. É uma indústria pesada que investe na sensação que o sujeito tem de poder saciar ou sancionar o mal estar que ele sente quando não está adequado aos padrões sociais. Essa procura desmedida pelo corpo ideal traz outro problema. Para Levy, as pessoas esquecem que um ter uma silhueta invejável não é necessariamente sinônimo de saúde.



Nesse contexto da saúde a imagem e a prática corporal coexistem, ou seja, estão intrinsecamente ligadas e devem estar em equilíbrio.

Para uma adequada construção da imagem corporal é necessária uma boa construção da estrutura emocional do “eu” (ou self). A prática regular de exercícios físicos bem orientados associada a uma alimentação adequada proporciona vários benefícios para a melhoria da qualidade de vida, sobretudo, a autoestima. Existem inúmeras modalidades e práticas corporais que de alguma forma impactam em transformações benéficas no corpo, e uma dessas é a ginástica de condicionalmente físico. Contudo  essa prática deve ser feita com orientação e supervisão constante de um profissional em Educação física, com aulas organizadas em sessões planejadas de movimentos cíclicos, com frequência, intensidade e duração definidas.


Referencia bibliográfica:

DÁRIDO, Suraya Cristina et al. Práticas corporais: Educação Física. 6º a 9º ano. São Paulo: Moderna, 2018.

TEIXIERA, Hudson Ventura. Educação Física e Desportos. 5º edição. São Paulo: Saraiva, 2013.

TOCANTINS. Secretaria de Educação, Juventude e Esportes. Documento Curricular de Tocantins. Educação Infantil e ensino

fundamental. Componente curricular: Educação Física, 2020.

https://acessaber.com.br/atividades/interpretacao-de-texto-a-ditadura-da-estetica-9o-ano/

https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/ensino_fundamental/educacao-fisica-ginastica-2/

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