O que é "saúde" ou o que é "ter saúde"?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), "saúde" é um estado completo de bem-estar físico, mental e social, como também a ausência de doença e enfermidade. Segundo a definição de Oxford Languages, saúde é um estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o meio ambiente, ou seja, o contexto sócioeconômico, cultural e ambiental da pessoa vai influenciar na sua condição de saúde. Entretanto, com a chegada do novo vírus da Covid-19, o coronavírus SARS-CoV-2, a doença que afeta o sistema respiratório, a saúde tanto individual como a coletiva foi colocada em destaque, no enfrentamento e no combate ao novo vírus, provocando ações restritivas quanto o nosso deslocamento social, nós mantendo isolados em casa, isolados da sala de aula na escola ou até mesmo de outras pessoas da nossa família.
Quer dizer, uma pessoa tem saúde por não estar doente, não está totalmente errado, ou que para ter saúde basta fazer exercício física e fazer uma dieta equilibrada e natural. Mas o conceito de saúde, diante do contexto em que estamos vivemos, se mostrou ser um conceito mais amplo e complexo, interconectado com as condições ambientais, sociais, culturais e até política, quando falamos de ações e estratégias políticas no atendimento ao Sistema Único de Saúde, como direito humano e garantido em constituição.
Se analisarmos o contexto social a qual a pessoa está inserido para conceituar melhor o estado de saúde, podemos dizer que para quem não tem o que comer, ter saúde é um prato de comida e não fazer dieta. Para quem trabalha por 8 horas diariamente e ainda tem que pegar ônibus para chegar no trabalho e em casas, ficando mais de 12 horas fora de casa, porque tem que pagar a conta do aluguel, água e energia, para essa pessoa ter saúde é ter trabalho e dinheiro no final do mês, e não fazer exercícios físicos. Com a pandemia, muitas pessoas perderam seus empregos, sua moradia, não tinham mais o que comer, tiveram que buscar novas formas de sobreviver e garantir o seu sustento e da sua família. Assim, a saúde que essas pessoas buscam não é de ordem biológica mas social, econômica e cultural. Não dá pra simplificar ou reduzir ou romantizar o sentido de saúde como apenas ausência de saúde ou é quem não faz exercício físico e dieta, para uma parcela da população.
A saúde física e mental das nossas crianças, adolescentes e jovens em tempo de pandemia tem sido afetadas de forma particularmente preocupante devido as depressões, ansiedades e o sedentarismo, que já tem afligido esse grupo antes mesmo da pandemia. Esse grupo social, como as crianças, adolescentes e jovens, que em sua maioria, tem como atividade principal a escola e o estudo, com a pandemia, ficou deslocado e desorientado quanto sua função no meio social familiar. Algumas mudanças na sua rotina diária, por ficarem apenas em casa, tem sido o termômetro das mudanças na sua saúde física e mental, como irritabilidade, insônia, dificuldade de concentração, mudança de humor, ansiedade, sedentarismo e até obesidade, segundo a Agência Brasil (2021).
Para o professor de Psiquiatria da Infância e adolescência da Faculdade de Medicina da USP, Guilherme Polanczyk, as crianças e adolescentes por causa do isolamento social e a interrupção das aulas, tendem a reagir a pandemia da mesma forma que pais e mães ou como o ambiente está organizado em casa. Há também a saudade dos amigos e dos grupos sociais construídos na escola, que tem grande influência na forma de ver o mundo e interpretar a realidade em que estamos inseridos.
Por outro lado, há a questão sobre a “saúde coletiva” ou a saúde pública, que afeta a todos nós no âmbito público/coletivo. Com o passar do tempo, com os crescimentos das cidades e o investimento em infraestrutura pública como abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais se mostraram um aliado no combate a saúde dos cidadãos e no combate a várias doenças, como Leptospirose e a desinteria bacteriana.
Os cuidados com os hábitos higiênicos diários voltaram a ser reforçados, nunca foi tão importante lavar as mãos, lavar os alimentos antes de consumir, higienizar a casa, manter a casa mais arejada, não colocar a mão suja na boca, no nariz e nos olhos, etc. No combate do vírus Covid-19, outros hábitos foram inseridos na nossa rotina e devem permanecer na nossa rotina. Desde março de 2020, o combate ao vírus da Covid-19, tem exigido de todos nós, seja na esfera pública/coletiva como na esfera individual. No mundo, já temos registrado mais de 3 milhões de pessoas mortas e 80 milhões de pessoas contaminadas no mundo, sendo que algumas apresentam algum tipo de sequela depois de ser curado. Assim, percebemos que saúde está interligado entre vários campos, como o biológico, social, econômico e cultural, e depende da relação entre o cidadão com os nossos governantes, através das políticas públicas.
BRASIL. Ministério da Saúde. O que você precisa saber.< https://coronavirus.saude.gov.br/>. Acessado no dia20 de abril de2021.
Politize! O que faz a Organização Mundial da Saúde?<https://www.politize.com.br/organizacao-mundial-da-saude/.cessado no dia 22 de abril de2021
Hábitos que podem ajudar a sua saúde mental em tempos de Coronavírus. Disponível em <https://saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-me-exercitar-mais/habitos-que-podem-ajudar-a-sua- saude-mental-em-tempos-de-coronavirus>. Acessado em 22 de abril de2021.
https://www.eosconsultores.com.br/5-consequencias-da-falta-de-saneamento-basico/
https://saudebrasil.saude.gov.br/eu-quero-me-exercitar-mais/o-que-significa-ter-saude
https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-03/pandemia-afeta-saude-mental-de-criancas-e-jovens-dizem-psiquiatras.
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